sábado, 29 de setembro de 2012

O BEIJO

No primeiro dia, o sinal da escola estava prestes a bater e seu coração batia muito mais, ansiosa pelo fim daquela aula. Não que a aula fosse chata, embora fosse, mas, em pouquíssimo tempo, aqueles ouvidos deixariam de ouvir aquele barulho incômodo de um mundo de pessoas falando alto naquela mesma sala para, enfim, ouvir a voz grave do amor.

Ele tinha 19 anos e era amigo de um amigo seu. Se conheceram na rua mesmo. Ele tinha ouvido falar dela e pediu pra que se marcasse "esquema". Pedido atendido. E ela, num calor intenso que incendiava no centro no peito, palpitava como se fosse o primeiro que ela ia encontrar. Não era. Sua mãe pediu que comprasse pão no mercado. E numa mensagem rápida, ela marcou o encontro rápido. Eles se falaram, saíram para um lugar calmo e ele deu um beijo.

Mas não foi um beijo qualquer. Foi "O" beijo. Não porque pode existir técnica para isso, mas a forma como  tomava seu corpo, apertando-se um mais perto do outro, com mãos largas chegando mais fácil em cada parte; fora o envolvimento das línguas que se embaralhavam entre as bocas sequiosas por um prazerzinho. Além do lugar, surpreendente. Qualquer um ainda podia ver. Era preciso ser rápido. Sua mãe esperava o pão! O pão!

Ele ainda puxou seu braço para ficar. Ela não quis. Mas, sorriu. Um sorriso tão firme e incontrolável que era como se tivesse vida própria. E ela se jogaria nos braços dele sem pensar, porque não dava tempo pra pensar.

Por mensagem, ele perguntou se aceitaria namorar. Ela chegou tão feliz em casa que não conseguiria fingir pra mãe. Então, jogou os pães sobre a mesa e se jogou na cama. Voltou e fechou a porta. Mesmo assim, sua mãe gritou: "que demora, hein?! Foi fabricar o pão?". Sim, que demora! Que demora tão rápida. Rápido e intenso. Não sabia sequer quanto tempo demorou. Mas contou pelas mensagens. Demorou vinte e três minutos da hora que marcou o encontro e da chegada.

E ainda tinha que responder a mensagem. Será que devia aceitar? E a mãe? Contava pra ela ou não? Se seu pai descobrir...


sexta-feira, 30 de março de 2012

Viña del Mar (Parte II)


Não foi pouco que andamos da rodoviária de Viña até a areia. E o povo chileno pode nos proporcionar mais uma grata surpresa. À parada dos carros na avenida, que seguíamos da calçada, um casal começou a fazer apresentações acrobática, com técnica que eu, leigo, suponho serem impossíveis a amadores. Independente disso, mais uma riqueza entregue gratuitamente.


Costeamos a praia da rua, de onde vimos alguns castelitos encantadores. Sem, no entanto, perder de vista aquele mar, escuro e imenso que se apresentava a mim. Quando, enfim, chegamos a um lugar na areia, não resisti. Tirei as moedas do bolso e me lancei ao Oceano Pacífico. O único daquele grupo de quatro. Viver aquilo valia muito mais do que poder contar. E o que contar? Nada mais fiz que mergulhar. Mas mergulhar por si só já significa o bastante.

 Depois de levantar da água recordei. Desde Guarulhos, guardava las platas em minha doleira, deixando na carteira apenas valores menores. Lá estava Benjamin Franklin ensopado com a água gelada do Oceano Pacífico e, creio, nunca ele tivera tal oportunidade no Chile. Fui solidário.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Viña Del Mar (Parte I)

Ao fim daquela noite, fomos a uma lanchonete chilena onde as meninas se reabasteceram com "papas fritas". Eu, ainda alto, optei por um reabastecimento liquido e não me lembro de que tipo de suco. Mas, foi suco.
Dormi por três ou menos horas. Às 7h da manhã estava eu de pé e devidamente amochilado. Cheguei à sala principal do hostel e tomei meu café da manhã (cereais como os do Brasil, mas menos açucarados). Encontrando Midori, Danelon e João, parti para o metrô, e de lá até a rodoviária. Enquanto aguardávamos o ônibus que nos levaria a Viña Del Mar (litoral a 1h), fomos surpreendidos por uma dupla. Não era nem de ladrões, tampouco sertaneja. Os dois estacionados a meio metro de mim sacaram suas armas: dois violinos! E vieram belíssimos clássicos. O ônibus chegou, entramos. Midori e Danelon numa fileira dupla; eu e João em outra. E ali tive a mais longa conversa que trouxe do Chile. Conversamos, eu e João, por todo o trajeto. Escola, família, minhas experiências pessoais, expectativas. Muito proveitoso.
Acreditem, tenho uma de Viña inusitada! kkkkkk... esperem o próximo post.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A Noite é uma criança (Parte III)

Depois de ter experimentado alguns drinks na parte superior de "la Urban", voltamos para o salão térreo. As meninas - e já era hora -, começavam a ser bem assediadas pelos "chicos" e eu, obvio, devia deixar as moças à vontade para qualquer evento. Por isso, me afastei um bocado e puxei assunto com uma garota chilena. Não sei se posso dizer com certeza, mas considerando o ambiente, ali as pessoas não se falavam apenas para se falarem. Eu, entretanto, não tinha a menor pretensão de ir além de um papo (falou o santo), e creio que isso deixasse a moça menos empolgada comigo. Quem me conhece pessoalmente pode notar minhas largas rugas de preocupação.
Ora, a tal chilena, entretanto, não estava sozinha. Com ela estava, e não esqueça que estou usando codinomes, a Doce. Doce sim foi uma companhia agradável. Pensem os senhores como bem pensarem, pois só não digo se houve ou não houve algo além de um papo porque a curiosidade é um mal não só aos gatos. Ficamos lá, até um leve cutucão de Loira me chamar: "vamos pra outra 'disco!'". E fui. Não sem me despedir de Doce.
Sem muita demora, e eu já alto o suficiente, fomos a um lugar que estrangeiros não pagam entrada. Era o que faltava. Ali sim era um lugar de nível. Tocava apenas eletrônico, e dos bons (quem vê pensa que entendo do assunto). Mas, muitos homens. Sem muito ficarmos lá, o assédio à Linda e à Loira bem começaram. À Loira, vale dizer, não chegou qualquer rapaz, mas sim uma moça. E uma boa moça. Mas, não, não pense que minha nova amiga e companheira noturna curte esses lances. A experiência chilena prova o contrário. Creia.
Como sempre, não ficaria ali sem conhecer ninguém. Depois de rodar o lugar, me encontrei com ela: linda, loira, de olhos azuis e de uma voooz... Sim, há coisas que guardamos na memória não por capricho, mas por completa sedução dos sentidos. Repeti muitas vezes seu nome. Para vocês, Bela. Era colombiana e falava português. Inteligente. Simpática. E linda. Muito linda... Sem defeito? Não. Era simpática ao Palmeiras. Nem tudo é perfeito.
Bom... foi assim minha noite. No dia seguinte, meus amigos, eu conheci o Oceano Pacífico!

sábado, 4 de fevereiro de 2012

A noite é uma criança em Santiago (Parte II)

Desculpem não ter postado nesses dias. E não vou dar desculpa alguma, até porque não tenho. Esse calor de Guarulhos está me matando... Bom... bora saber como foi o fim da minha noite chilena?

Quem já saiu comigo sabe que eu não me contentaria com cerveja. Corona foi um aperitivo. Depois de ter bebido algo um pouco mais forte (não, não conto), comecei a ver aquele salão meio vazio se enchendo, mais e mais, e pude observar como os chilenos dançam. Ora, vocês me perguntam, que tipo de música toca lá? Eu estava numa balada, meus leitores, portanto não havia ali nenhuma música típica. Ouvimos remix de diversas músicas, locais e internacionais. Entre elas: "Ai se eu te pego" e "Chora, me liga". É... nem lá nos livramos das mesmas músicas. Mas o que me intrigou foi a dança.
Não, não era diferente daqui: dançavam como se dança música eletrônica. Mas os chilenos são muito mais animados que os brasileiros (estou me referindo ao gênero masculino do termo). E, acreditem, rebolam (não disse que bem) e procuram rebolar até o chão! E, por isso, eu fui desafiado por Linda e Loira a fazer o mesmo, se pudesse, melhor, a fim de representar nossa nação brasileira. E aceitei o desafio. Eu rebolei. Até o chão...
Depois disso, já era diversão. No andar superior de la disco, tomei um drink chamado Havana Sour, recomendadíssimo (!), por um barman que à Linda muito interessou. Ele fazia aquelas acrobacias que a mim pouco ou nada entusiasmam, mas enfim... Descemos.
E...
Amanhã eu termino. Mas já gostaria de adiantar que no próximo post falarei de algumas companhias que encontramos na noite de Santiago. Duas delas femininas. Hehe...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A noite é uma criança em Santiago (Parte I)

Como havia dito, jantamos em uma lanchonete (não consigo chamar aquilo de restaurante) chilena. Mas a sensação daquele jantar foi o Pisco Sour. Uma delícia. Fiz questão de trazer e ainda pretendo fazer mais.
Gostaria que vocês me desculpassem uma escolha. Não é que o que fiz e que o que fizeram em minha companhia fosse errado, mas não podemos tratar da vida íntima de qualquer pessoa de qualquer modo. O blog não deve criar complicações. Pra quem quer que seja. Por isso, inventei uns apelidos que definem as minhas companhias desse dia. Ou melhor, dessa noite.
Chegando do jantar, encontrei minhas companheiras. As duas moram em São Paulo e, como eu, trabalham com educação. Vou chamá-las de Linda e Loira, não que Loira fosse loira mesmo. Mas, enfim... Saímos à procura da Urban, e fomos de táxi. O motorista, que além de nao ser simpatico era meio devagar pra entender, nos deixou no meio da Bella Vista e começamos a procurar. Linda e Loira me contaram suas aventuras durante as férias e é culpa delas eu querer retornar tão prontamente. Algo que me contaram, e é verdade, é que, com os brasileiros, os chilenos são super-educados. Perguntamos a um policial onde ficava "la disco Urban" e ele fez questão de nos ajudar. Pena que ele não sabia onde era.
 No final das contas achamos o lugar. Meu primeiro drink (não repitam isso, crianças) foi uma cerveja mexicana. Me deram a garrafinha com um pedaço de limão na boca (da garrafa...). Não entendi e me virei para as meninas que, simplesmente, empurraram o limão para dentro. Já gostei dali. De resto... bom... o resto eu conto amanhã.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Um dia inusitado (Parte II)

Considerei o dia perdido... e já não era sem motivo. Perdi o Vale, a vinícola e as piscinas. O mais engraçado é que todas as minhas companhias até então saíram a conhecer coisas que eu não conheci. Fiquei só. Só?

Decidi correr mais uma vez pela cidade, até porque não tinha experimentado o sorvete deles - servido em umas bolas enooormes. E nessas andadas, encontrei um estabelecimento de portas escuras, nas quais estava escrita a proibição de entrada por menores de 18 anos. Uma coisa me ocorreu. Todos os quarteirões em Santiago têm pelo menos duas bancas de jornal. Nenhuma com revistas de qualidades. Nem pornô. Nenhuma revista pornô.
Lembrei da dica do Quintanilla! Lembra em "O mistério da simpatia chilena"? Entrei. Me saltaram aos olhos aquelas mulheres belíssimas - de rosto e corpo, diga-se -, em trajes íntimos, a andar de uma lado para o outro. Não entrei sem ser notado. Imediatamente, chamei a atenção de pelo menos três das garotas que serviam os rapazes. Mas, como é do meu costume quando entro em um lugar que me é novo, logo me dirigi ao balcão e me expliquei ao senhor que atendia. "Las niñas? No, no, no...".
É, meu curioso leitor, las niñas no. Lá estavam apenas para servir o café. Sim. Ali era uma cafeteria e aquelas moças, garçonetes. O senhor me recomendou nem tocar em nenhuma delas, mas que não havia qualquer problema em marcar encontros fora do estabelecimento. Não me fiz satisfeito. Entrei em outro lugar similar. Pedi um suco e fui atendido por uma moça peruana (com beijinho no rosto e tudo). Conversamos um bocado. Ela me contou de sua vinda ao Chile e de seus planos - estudava para ser cabeleireira. Eu lhe falei da minha impressão do Chile e do meu humilde serviço nessa minha Terra Brasilis...
No final do dia, Maurício, João, Margarete e eu fomos a uma lanchonete chilena. E, finalmente, experimentamos o delicioso Pisco Sour!



Apesar dessa aventura inusitada, o dia não terminou...

sábado, 28 de janeiro de 2012

Um dia inusitado (Parte I)

Sexta-feira (20). Fui acordado por Miguelito, um dos responsáveis pelo albergue. Com os olhos forçosos pra enxergar, encarei o chileno ainda sem entender nada. O Vale! Ah... o Vale Nevado! O Che Lagartos promove esses passeios pelos arredores de Santiago, sua van sairia às 9h e como meu celular descarregou... Perdi a provável visita mais fantástica que eu poderia fazer naqueles três ralos dias no Chile. É, o dia não poderia começar melhor. Coloquei uma bermuda, meus tênis, troquei de camisa, peguei a câmera, tomei um café e fui para o Barrio Bella Vista. E, portanto, conheço quatro cidades do mundo que têm um bairro com esse nome. Será que Buenos Aires?...

Na Bella Vista, encontramos os melhores restaurantes e baladas de Santiago. Lá também está o Cerro de San Cristóbal. E lá fui eu subir a montanha outra vez. No alto do cerro se encontra La Virgen, uma espécie de Cristo Redentor menor. Para chegarmos lá existem dois caminhos: a estrada e uma especie de bondinho ou trem que eles chamam de funicular. Além da Virgem, há uma serie de outras coisas por la, entre elas duas piscinas... é realmente gigantesco o lugar. Tanto que me perdi. E, mais uma vez, perdi outro passeio: a uma vinícola.

Cerro Santa Lucia



Conheci rapidamente os principais pontos de Santiago mas não encontrei um em especial: o Cerro de Santa Lucia. Então, voltei ao hostel e me instalei em frente ao computador. Isso em pleno 19/01, dia do abominável apagão do Facebook.

Como meu face não abria resolvi falar com um rapaz que estava do meu lado. Quem está sozinho, permanece sozinho se quiser, pode acreditar. Vinha de Bauru com dois amigos, Maurício e Margarete. "Você é louco de vir sozinho?". Estou começando a achar que ele tinha razão. João foi definitivamente solidário comigo e me convidou pra passear com eles. E para onde fomos? Para o Cerro de Santa Lucia!!! (Sic)

Eu não tinha ido pro Cerro ainda porque eu me esqueci do nome do lugar. Mas foi muito bom ter ido com os três. Santa Lucia fica no centro de Santiago, é uma montanha cuja vista da cidade em 180º é realmente imperdível. Também é um lugar apropriado para os namorados. Dividido em três níveis: o primeiro com uma fonte artificial. Já o seguuuundo... Cheio de árvores e flores de cores rosa, vermelho ou branco; com uma fonte natural de água que se despendia da rocha feito uma cachoeira; além dos banquinhos e espaços gramados para pombinhos ficarem ali namorando despretensiosamente. Foi impossível não pensar em alguém. Eu pensei. E gostaria muito que você pensasse também. Quem levar a Santa Lucia?
O terceiro nível é o alto: Castillo Hidalgo! Foi o primeiro lugar de onde pude ver o inesquecível panorama da Cordilheira dos Andes!!
Por fim, jantamos em um restaurante peruano. Comida boa no Chile é peruana. Aproveitamos a oportunidade para experimentarmos o pisco, uma bebida chilena muito parecida com vodka. Eu pedi salmão. Maurício pediu arroz com mariscos (até hoje sinto vontade de comer desse prato... huuumm). João e Margarete... deixa pra lá. O pisco nos foi servido com Coca-Cola. Belo jantar!
Cheguei cansado no Che Lagartos e me deitei. Esperaria para o dia seguinte o Valle Nevado.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

São vocês...

Olá a todos!!
Hoje, em vez de contar pra vocês mais um pouco da minha viagem, preferi agradecer aos nossos primeiros leitores.

Eu não decidi fazer um blog pra escrever, decidi fazer um blog pra ser lido. Desse jeito, esse blog não é meu, mas de vocês!!

Quero agradecer de um modo mais especial à Thatiane Rodrigues (melhor amiga de anos), à Ana Paula, ao Victor Franco, Victor Aroma (meus xarás), à Bárbara Salloty, ao Ricardo José e à Jaque Oliveira (que faz parte dessa história literalmente), que comentaram tanto nesta página quanto no Facebook. Também à minha mãe e à Nivalda Neta, contribuites mais íntimas do processo.

Também agradeço a todos os demais leitores cujos nomes eu mal posso recordar, além dos muitos anônimos que me fazem acreditar que vale a pena continuar escrevendo.

Chegamos a mais de 150 pageviews... A maior parte deles vindos do face. Sinal de que os compartilhamentos tem funcionado como estratégia, então, me ajudem se achar que vale a pena.

A TODOS MEU MUITÍSSIMO OBRIGADO!!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O mundo inteiro em Santiago

Cheguei no hostel Che Lagartos por volta das 7h da manha. Tentei dormi, mas estava tão ansioso que não consegui. Tomei o café da manhã oferecido pela hospedagem, peguei minha câmera e saí pela cidade. As ruas de Santiago são sim bem organizadas, com quadras bem feitas e semáforo em todas as esquinas para pedestres, além de serem limpas (mas não espere que o chão va brilhar porque não brilha, acredite).
Lá pelas 8h da manhã, em plena Plaza de Armas, me surpreendi. De repente gente de todos os lados e andando em passos acelerados. "São Paulo?", pensei. Não, era o Chile. E vi ali o retrato não só de um país, mas do mundo de hoje. Sentei-me então e fiquei a reparar o vai-e-vem das pessoas. As mulheres são lindas (nem todas, claro), vestem-se bem e nem todas se maquiam. São diversas em seus formatos, em seus rostos e em seus ritmos, até porque não estava no Japão, que me perdoem as japonesas.
Voltando ao hostel encontrei o Jir... Jier... Jierbben?? Sei lá... Um dinamarquês alto, loiro, de olhos azuis e sem muito talento para vestimentas. Aos seus 19 anos conhecia mais do mundo do que eu (pobre de mim!). Sem muito o que fazer e sem pilhas para minha supercâmera, andei um pouco com ele e suas meias pretas até metade da canela. Perguntou sobre futebol (claaaaro), sobre estudo de línguas e eu sobre suas viagens. Tudo com meu sofrível inglês. Aqui também meu agradecimento pela companhia inusitada do Jier... Jir... Enfim! Obrigado.
Aqui, La Plaza de Armas de Santiago.



terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O mistério da simpatia chilena

Roly não era um argentino qualquer. Havia vivido no Brasil e por dois anos vivia em Santiago. E há, de fato, um mistério em como esse povo nos trata. Nos querem para mais que qualquer papo, querem manter contato, querem nos ver uma outra vez.
O simpático torcedor do Vélez me levou de moto para Santiago. Pena eu não poder mostrar-lhes qualquer foto do trajeto e, creiam, é uma grande lástima. Daquela moto - brasileira, diga-se -, senti o ar seco e, àquela hora, frio dos vales andinos. Terra seca, algumas árvoretas dispersas por entre pedras de cor marrom. E o céu... é... aquele céu. De um tom de azul anil próprio, particular. O frio na espinha reapareceu. Pensei, e se Quintanilla não fosse de confiança?
Que fosse, ali estava a prova de que não fui ao Chile como passeio a um parque. Estava ali o teste da minha própria argúcia ou mesmo ousadia. Ainda que fosse um erro, que fosse um erro. Estava o sabor da dúvida nos poros do meu corpo eriçado pelo vento chileno. Mas não percamos tempo.
A primeira coisa que Roly me mostrou em Santiago foi o Mercado Central, onde, segundo ele, eu poderia experimentar as iguarias do mar do Chile. A segunda... bom... não sei se o digo do modo mais vulgar. Mesmo não sabendo até agora exatamente onde ficava (embora soubesse que estava ali na San Antonio), tenho escrúpulo em contar a vocês. Disse-me ele que encontraria ali... prefiro dizer que mulheres cujos prazeres da vida forneciam por valores específicos. Ria se ver graça. Não há como não pensar na palavra forte e foi com essa mesma que me fui apresentado ao termo. Garotas de programa, se preferir. Se eu fui a alguma dessas casas? Deixo essa para outro dia.
Fiquem vocês com essa imagem das montanhas do Chile, a caminho de Viña del Mar.


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O súbito Chile...

Bom dia a todos!
Não aventei mais que um encontro inesperado com um mundo inteiramente particular. Quis encontrar-me com o Chile desse jeito, desse modo súbito e, de certo modo, irracional. Fiz, em plena quarta-feira, reservei um quarto comunitário, peguei uma mochila, algumas camisas, cuecas, alguns dólares e cheguei em Santiago do Chile. Sozinho.
Foi minha primeira viagem internacional. E a queria como foi, sem planos. Saí do aeroporto de Guarulhos às 17h, chegando em Porto Alegre às 19h, de onde embarquei às 21h para, finalmente, me encontrar com Santiago em plenas 3h da manhã. Lá fiquei até o dia nascer. Você deve se perguntar, por que não pegou um táxi? Não havia? Havia. Não quis. Queria ficar ali, no aeroporto e iria a pé para Santiago não fosse a distancia sensível. E como fui? Planejei um ônibus, mas, como era de uma viagem de surpresa, conheci Roly Quintanilla, e sua moto... dispostos a me levar para la ciudad. Por que não? Aqui deixo meu sincero agradecimento a esse argentino que me abriu as portas para o Chile. Muito obrigado, Roly! Tivesse pego o táxi, não o conheceria.
Para não cansar a vista dos que lerem, contarei aos poucos... ficam a vocês certa curiosidade (espero). Uma boa segunda. Por mais que seja uma segunda.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O Princípio era o meio

Nessa minha primeira postagem quero agradecer e elogiar minha prima Silvana Trovo, um exemplo digno de mãe, que, sem dúvida, é a tarefa mais divina que um ser humano pode se confiar a ter.
Ela e seus dotes culinários me provaram que era hora, e mais que na hora, de eu me aventurar pela tal blogosfera que, por tabela, defendi em minha teses ao longo das minhas poucas mas significativas aulas.
Nesse blog, minha experiência profissional e minha criatividade pessoal (escritora se inclui) serão provadas, em primeiro lugar por mim, e para esse universo que, até o momento, desconheço embora me fascine.